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sexta-feira, dezembro 16, 2011

Rio, pedra, água, ar e mais alguns elementos para quem puder notar...




Eu não quero falar uma palavra se ela não for verdadeira, se não for minha, se não for honesta.

Algumas vezes as palavras, bem como os sentimentos escorrem por nós, como se fossem um rio, um rio caudaloso, com vida própria e sem controle. Algumas vezes nos vemos afogados pelo nosso próprio rio.

Outras vezes parece que houve uma estiada, que o rio secou, que tudo que resta é o silêncio.
Algumas vezes o silêncio é vazio, outras vezes ele é cheio, é sereno. No primeiro caso ele assusta, no segundo conforta, assegura e acalenta.

Algumas vezes esse rio fica parado, forma platô, parece um pantanal. 
A gente pisa e afunda na lama, perde até os sapatos. Mas é rio de água doce e se ficamos parados e esperamos a lama baixar podemos até beber de sua água.

Algumas vezes a água vira pedra e pesa bem no fundo da gente. 
Essa pedra pesada não deixa andar direito e incomoda o tempo todo. Não dá vontade de fazer nada. Mas ser humano é bicho de lua, é bicho de rua, sempre quer tá solto. E a pedrinha lá no fundo começa a coçar, queimar, arder até que vira fumaça.

A Fumaça vira vento e começamos a gritar.
Gritar as dores e os amargores que a vida nos causou. Nos livrando de vez do que queima por dentro e não deixa dormir...

Algumas vezes a pedra vira poeira e vai com vento. O  vento leva pra longe e tudo que resta é ar. 

Outras vezes a poeira fica grudada no pé onde quer que se vá. Até que um dia a gente se acha um rio para os pés lavar  e fica ali balançando o pezinho, limpinho que dá até orgulho. Vendo aquela água linda dá até pra dar um mergulho..

Não dá pra resistir tem que mergulhar e o mergulho é muito bom, não dá para parar. 
Na água tudo fica mais leve e de tão leve que se fica, não se fica vai -se embora. 

No rio nada fica no lugar, nem mesmo o rio fica onde ele quer ficar. Ele muda segue em frente, segue em lado, segue torto, mas vai seguindo. 

E o viajante distraído ao invés de pegar carona para onde quer chegar, se embriaga na viagem e mais uma vez só vai indo...

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Na dúvida fica calado...





Na impossibilidade de dizer algo útil, não diga nada.
Na impossibilidade de falar algo com responsabilidade e arcar com as consequências, não fale nada.
Se for falar algo para pedir desculpas na sequencia, pense duas vezes.
Se for falar algo e não tiver coragem de pedir desculpas nunca, nem termine a frase.

Muitas vezes é melhor guardar para nós nosso pensamentos se eles não podem acrescentar nada. A palavra hoje em dia está banalizada. Falar é uma capacidade inata do ser humano, mas saber usar as palavras de uma forma útil, linear, limpa e verdadeira parece ser uma arte perdida. 

A comunicação tem se perdido em meio a um rio de palavras sem significado. Cada palavra tem um sabor, uma intenção, um toque. Toda palavra esconde um universo por trás dela quando sabemos usá-la com responsabilidade.

Usar bem da fala não é falar muito, não tem haver com grau de formação ou nacionalidade. Usar bem da fala é saber falar na hora certa, é saber calar para ouvir o outro. Quem fica muito preocupado em falar, esquece de ouvir e fica preso em sua própria orbita. Agora, se é para ficar preso na própria órbita para o que vale o diálogo?

Usar bem a palavra é saber calar, é saber ouvir, é saber limpar as impurezas e transparecer a intenção é purificar os ouvidos para captar a intenção do outro. O dom da fala, escrita e da música são dons da Comunicação, estão ai para comunicar algo, para ensinar, para aprender. Não foram feitos para voar sem destino, para cair no esquecimento.

Teve uma época, a muito tempo atrás, onde a palavra era mágica, onde a pronúncia fazia toda a diferença.

Falar é o dom de mudar os padrões de pensamentos do outro que te escuta, então muito cuidado com o que fala, muito cuidado com o que pensa, muito cuidado com o que você deixa mudar sua programação  mental. Sua mente é um santuário, a sua oratória deve ser seu jardim.

Um dia um mago disse para todos ouvirem:

"Não esqueçam que o amor verdadeiro não prende, o amor verdadeiro não segura o amor verdadeiro liberta." 

Atenta a suas palavras queria retê-las decorei suas frases e queria escrever no caderno, mas notei que quanto mais escrevia menor eram as forças das palavras. Então reduzi...


"Não esqueçam que o amor verdadeiro não prende, o amor verdadeiro não segura o amor verdadeiro liberta. "
"O Amor verdadeiro não prende, não segura, liberta"
"O Amor verdeiro não prende, liberta"
"O Amor verdadeiro liberta"

até então encontrei:
"O Amor Liberta!"

Poxa vida é tão simples, tão poucas palavras, que para tantos pode até confundir por ser tão pouco. O pouco confunde porque é simples, mas nele reside a verdade porque o simples dá espaço para que o nosso eu se manifeste. Não é o que tá escrito que se manifesta, mas sim a  interpretação e o sentimento que damos a ele. O significado das palavras somos nós, simples em sentimento, se estivermos prontos para simplesmente ser.

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Aprendendo a não aprender... ¬¬'






Meu mestre me falou:
"Vamos dar início a sua ultima lição do ano..."
E eu respondi:
"I'm all ears!"

Não há coisa que eu goste mais na minha vida do que aprender coisas novas! não qualquer stuff, mas many stuff!!

E meu mestre prosseguiu: "... Agora você vai aprender agora a não aprender!"

Como diria a filha da minha professora da faculdade: "fique embasbacada!" Como assim aprender a não aprender? isso é um paradigma por si só! Aprendemos o tempo todo, com tudo a nossa volta! Até dormindo aprenda! Esse é meu lema!

Meu mestre sorrindo continuou..

"Outro dia você me disse que encontrou um amigo e que a conversa com ele foi útil; Você se sujeita a ouvir todas as cosias que eu te falo porque acredita que, de alguma forma, eu posso lhe dar algo em troca; Para ir na casa da sua tia você logo se pergunta se vai ter comida...  consegue ver aonde quero chegar?"

Sim, é claro que eu sabia! ele estava me chamando de interesseira na cara larga! Respirei, afinal ele estava certo e deixei-o prosseguir.

"Você está sempre o tempo todo tirar o melhor proveito de tudo e de todos a sua volta. Para o que serve todo esse tempo que você tenta ganhar? Por que essa pressa para chegar?

A mente é como um copo de água, e seu copo está transbordando..."

- Detesto esses papos de despedida - falei para ele.

- Não estou me despedindo não desisto de meus pupilos. Apenas estou falando, você precisa aprender a não aprender. Precisa apenas estar, apenas ser, deixar as cosias se apresentarem e passarem por você.

- hummm

- E é por isso minha cara aprendiz, que nós vamos começar suas lições de meditação. Você tem uma fome tão grande por conhecimento que você burla as regras o tempo todo, você vive burlando regras e está indo contra o seu próprio relógio biológico. 

Risadas...

- Você vai aprender a estar presente no que faz, sem pensar no próximo passo. Quando comer um doce apreciar o doce, quando olhar para uma pessoa ter consciência que milhares de sinapses estão acontecendo nesse minuto só para possibilitar a sua visão. Você vai aprender a ter consciência, a estar desperta quando as coisas acontecem.. Você quer aprender isso?

- Mas assim mestre, eu já estou aprendendo assim já é trapaça!!

-  Já vi que esta vai dar trabalho.. 
- ahaha e eu sabia que você ia falar isso!!! =)

aguardem novos capítulos..


ps: Às vezes adoraria que meu professor tivesse o endereço do meu blog para ver que algumas coisas que ele fala eu penso também... mas ai eu lembro de outras cosias que escrevi por aqui e acho melhor deixar quieto...

Segue abaixo um som maravilhoso que descobri semana passada na internet, ouvir música é um jeito de estar presente. Hope you guys like it!




Kaori Kobayashi - Free











terça-feira, dezembro 13, 2011

Viver...



Quero viver uma vida sem fronteiras!
Quero ser uma cidadã do mundo,
Ser meu melhor, fazer parte do todo
sem amarras que me aprisionem.

Quero viver minha vida sem fronteiras
sem me apegar a verdades prontas.
Levar na minha mochila só o que preciso
e aprender a usar as ferramentas no caminho

Quero viver sem fronteiras!!
Sem dever nada a ninguém
não para não me apegar a nada
Mas para nunca esquecer da caminhada.

Presto tributo ao caminho.



segunda-feira, dezembro 12, 2011

Coberto e desscoberto



Como todo paulistano passo mais tempo no ônibus do que em casa. Muitos ficam chateados com isso, outros aproveitam seu tempo para ler um livro, jornal ou revista e eu particularmente, aproveito esse tempo para colocar minha memória em dia, em outras palavras, penso, penso e penso mais um pouco.

Hoje indo para o trampo imaginei..

Andando por uma estrada está uma figura, hora sem posses, hora vestida, hora desnuda. Em um momento com uma mochila nas costas e mapas na mão, em outro sem nada a contemplar a vastidão. Essa figura troca suas vestes enquanto anda pela estrada, em alguns momentos coberta de tudo, em outros vestida de nada.
Algum momento depois de tantas trocas tudo que se vê é nu, tudo que se sente é branco e no ar fica apenas o sabor de silêncio. 

Foi ai que entendi, no início de nada sabemos e então estamos nus, ai passamos a vida inteira vestindo e revestindo verdades até acharmos uma que nos serve melhor, mas se nessas mudas formos um pouquinho mais espertos descobrimos que a verdade reside na nudez do início não na beleza dos tecidos.

Muito ainda tenho a entender, mas algo ficou na memória: que a sabedoria reside no simples, mas para entendê-la temos primeiro que nos vestir para então nos despir.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Liberdade



Quero viver uma vida sem fronteiras. Quero ser livre para ir e vir. não para não fazer nada, mas para fazer tudo, tudo que me ensine a ser uma pessoa melhor.

Quero viver uma vida sem fronteiras, quero ser livre de amarras, quero viver!

quinta-feira, dezembro 08, 2011

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Comprando o martelo de nosso próprio caixão





E ali caído estava. Um corpo inanimado sem vida. Sem vida mas ainda avermelhado, rubro de raiva, em suas feições marcadas, ainda residia a ira que até pouco tempo demonstrara. Tudo podia ter sido diferente, podia ter chegado em casa para jantar, sentado em frente de sua tv e continuado com a sua vida medíocre. Mas estava irritado com o trabalho, da noite de insonia e da rotina amarga. Sua revolta com o mundo era tamanha que não podia deixar de extravasar. De tal forma que,quando viu a fila do ônibus lotada achou sua causa a ser defendida. Esperou pacientemente o baubúrdio começar. 

Todo dia no terminal um fila espera a outra acabar para entrar,quando não cabe mais pessoas, essas saem e vão para o final da fila original. Eventualmente, confusões acontecem e hoje foi um desses dias. O fiscal tentou explicar, outro tentou dispersar, mas de nada adiantava. O senhor do qual vos falo fez de si personagem principal. Gritava para o povo não ir embora, defendia o direito que não tinha e xingava as pessoas ao lado.

Eu no meu canto, esperando minha vez, podia ter ido  embora, pego outra fila, mas ao invés disso fique. Fiquei e observei os minutos passarem e a discussão continuar. A cada minuto o homem ficava mais nervoso, gritava mais alto, seu rosto estava tão vermelho que parecia prestes a explodir. E foi assim, em um último momento de fúria, que o dedo apontando para o fiscal foi para o peito. O barulho virou grunido e o grunido silêncio. 
Por um segundo a multidão furiosa ficou calada e, de seus lugares, observavam o centro da discórdia esmaecer enquanto se dirigia ao chão. Após ser socorrido, ja sem respirar, pudemos finalmente ir para casa em paz. 

Tudo podia ter sido diferente, podia ter chegado em casa para jantar, sentado em frente de sua tv e continuado com a sua vida medíocre. Mas não podia deixar de extravasar, de bancar o injustiçado, derramando sua fúria, não podia deixar os vícios de lado. 

As pessoas no ônibus falavam, seja uma com as outras ou pelo celular, outras tiraram fotos. 
De tudo uma coisa é certa, o velhote de fato embarcara em uma viagem. Provavelmente não a que imaginara. Se soubesse sua sina, teria feito diferente? talvez abraçado seu filho que estava ao lado e mostrado como um homem de princípios na verdade é? teria lhe ensinado o que é respeito? ou teria feito o mesmo? 
Ele não imaginava para onde ia viajar, mas viajou. 
De tudo para mim fica a lição de que mais vale uma vida na mão que uma fila andando. 
Gostaria de dizer que as pessoas aprenderam a lição, mas é mentira, estamos todos muito mais preocupados com nossos umbigos e necessidades para interpretar os sinais a nossa volta. Gostaria de dizer que tive pena do velho, mas não tive. 

E assim termino minha estória sinistra com esse sinal inusitado, sem mais delongas porém não menos amargo.  Porque final feliz ninguém lembrar e o sinistro para sempre é comentado.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Lira X - Tomás Antônio Gonzaga



Se existe um peito,
Que isento viva
Da chama ativa,
Que acende Amor;
Ah! Não habite
Neste montado,
Fuja apressado
Do vil traidor.



Corra, que o ímpio
Aqui se esconde,
Não sei aonde;
Mas sei que o vi.
Traz novas setas,
Arco robusto;
Tremi de susto,
Em vão fugi.



Eu vou mostrar-vos,
Tristes mortais,
Quantos sinais
O ímpio tem.
Oh! Como é justo
Que todo o humano
Um tal tirano
Conheça bem!



No corpo ainda
Menino existe;
Mas quem resiste
Ao braço seu?
Ao negro Inferno
Levou a guerra;
Venceu a terra,
Venceu o Céu.



Jamais se cobrem
Seus membros belos;
E os seus cabelos
Que lindos são!
Vendados olhos,
Que tudo alcançam,
E jamais lançam
A seta em vão.



As suas faces
São cor de neve;
E a boca breve
Só risos tem.
Mas, ah! respira


Negros venenos,
Que nem ao menos,
Os olhos vêem.



Aljava grande
Dependurada,
Sempre atacada
De bons farpões.
Fere com estas
Agudas lanças
Pombinhas mansas,
Bravos leões.



Se a seta falta,
Tem outra pronta,
Que a dura ponta
Jamais torceu.
Ninguém resiste
Aos golpes dela:
Marília bela
Foi quem lha deu.



Ah! Não sustente
Dura peleja
O que deseja
Ser vencedor.
Fuja, e não olhe,
Que só fugindo
De um rosto lindo
Se vence Amor.

segunda-feira, dezembro 05, 2011

The others inside us






"We all die alone", was what he said.
How can i explain to the other that life is more than that?


Is it possible that I have been hiding myself all that time to support this relationship?
I suppose that we need to keep something just for ourselves, but what happens when we hide more than we shown? who is this character that take our place and makes the others think that we are someone else instead us?


Now I wonder, if we dont realize it? Does the others do? Does they feel? Does they do the same?


Furthermore, if we don't realize it, how do we know if what we are doing it's good or bad for us?


Now I'm asking to myself, how long this awakeness will remain?