Como todo paulistano passo mais tempo no ônibus do que em casa. Muitos ficam chateados com isso, outros aproveitam seu tempo para ler um livro, jornal ou revista e eu particularmente, aproveito esse tempo para colocar minha memória em dia, em outras palavras, penso, penso e penso mais um pouco.
Hoje indo para o trampo imaginei..
Andando por uma estrada está uma figura, hora sem posses, hora vestida, hora desnuda. Em um momento com uma mochila nas costas e mapas na mão, em outro sem nada a contemplar a vastidão. Essa figura troca suas vestes enquanto anda pela estrada, em alguns momentos coberta de tudo, em outros vestida de nada.
Algum momento depois de tantas trocas tudo que se vê é nu, tudo que se sente é branco e no ar fica apenas o sabor de silêncio.
Foi ai que entendi, no início de nada sabemos e então estamos nus, ai passamos a vida inteira vestindo e revestindo verdades até acharmos uma que nos serve melhor, mas se nessas mudas formos um pouquinho mais espertos descobrimos que a verdade reside na nudez do início não na beleza dos tecidos.
Muito ainda tenho a entender, mas algo ficou na memória: que a sabedoria reside no simples, mas para entendê-la temos primeiro que nos vestir para então nos despir.
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